sábado, 31 de março de 2012

Efeitos da rotina na organização da vida psíquica do bebê e da criança pequena

Na nossa reunião pedagógica mensal de março a professora Maria do Socorro, do Mini grupo 1 C compartilhou com toda a equipe do CEI os conteúdos abordados no curso que ela participou “Efeitos da rotina na organização da vida psíquica do bebê e da criança pequena” ministrado por Jonathas Salathiel ( Entre Laços) no Instituto Avisa lá.
Refletimos sobre a importância do adulto cuidador e do ambiente no desenvolvimento psíquico da criança pequena.

Professora Maria do Socorro com caderno

Para Winnicott  o ser humano nasce com um potencial herdado de vir a ser ele mesmo, mas isto só se efetiva na relação com o outro  e em um ambiente “ suficientemente bom”.
A importância da presença do outro e de um ambiente satisfatório é fundamental para a constituição psíquica do ser humano.
O ambiente tem uma influência decisiva no desenvolvimento global do bebê.
Assim, o desenvolvimento do bebê depende da organização e das relações que são estabelecidas com o bebê pela mãe/ cuidador.
(...) A relação com a mãe leva o bebê a administrar a própria espontaneidade e as expectativas externas. “Se a mãe aceitar as manifestações do bebê- como a fome, o desconforto, o prazer e a vontade- em vez de impor o que acredita ser o certo, o bebê vai acumulando experiências nas quais ele é sempre sujeito.” Elsa Oliveira Dias.
Respeitando o bebê em seus desejos e em suas características individuais a mãe / cuidador revela a sua capacidade de maleabilidade. A maleabilidade refere-se à capacidade de se deixar imprimir ( criar) pelos traços que o bebê ou a criança lhe empresta.
“(...) não há sentido de realidade possível - nem do corpo, nem do mundo, nem do si mesmo - fora de um espaço e de um tempo; (...) não há encontro de objetos se não houver um mundo onde os objetos possam ser encontrados e se não houver um si- mesmo que possa encontrá-los.” Elsa Oliveira Dias
As rotinas devem ser flexíveis e se constituírem em momentos de trocas afetivas e de aprendizagens significativas.  Devem promover a independência e a autonomia.
Sobre o ambiente: o espaço deve estar adaptado ao movimento, roupa que não atrapalhe, chão sólido com brinquedos que motivem.
A criança saudável e equilibrada não precisa ser ensinada a andar, brincar ou mudar de posição: o faz sozinha, por meio do que aprendeu durante atividades anteriores e assim é capaz de se desenvolver com alegria e harmonia. A criança que consegue algo por sua própria iniciativa e por seus próprios meios adquire uma classe de conhecimentos superior àquela que recebe a solução pronta. ( Emmi Pykler)
O adulto ao cuidar do bebê, pode fazê-lo sem pressa, levando em conta as necessidades e reações da criança e toda sua participação- o que torna mais lenta todas as operações- e aproveitar tudo o que acontece ao bebê nesse momento.
Falar e brincar com o bebê, preparando-os para o que será feito a eles, durante essas atividades não só é fundamental, mas é fundante.
O adulto deve organizar o ambiente, garantir o conforto físico e propiciar oportunidades para que a criança vá ao encontro dos seus interesses. O adulto cuidador deve ser testemunha das brincadeiras do bebê e ajudá-lo sempre que ele precisar, isto traz segurança e dá origem a capacidade de ficar só.
O que a rotina estabelecida não deve fazer?
- Realizar a rotina mecanicamente;
- Manter o foco somente no cuidar;
- Cuidar só do coletivo, esquecendo o individual.
Quais os efeitos da rigidez na rotina? 
- Quebra de espontaneidade;
- Dificuldade da criança se expressar;
- Não desenvolvimento da criatividade;
- Não desenvolvimento de particularidades;
- Ter suas vontades anuladas para se submeter às vontades do outro.

Quais os efeitos positivos da rotina?
- Estabilidade emocional: continuidade nas ações (repetição); continuidade nos cuidados ( tendo um cuidador de referência, o vínculo torna-se seguro e não gera ansiedade);
- Sensação de segurança;
- Confiança no adulto cuidador.
Concluindo, o melhor para criança é...
- Ser tratada com flexibilidade;
- Ser compreendida em sua individualidade;
- Poder manifestar suas vontades;
- Poder adquirir confiança no adulto que dela cuida;
- Sentir-se segura em relação ao ambiente.
  • Texto extraído dos slides apresentados no curso “Efeitos da rotina na organização da vida psíquica do bebê e da criança pequena” ministrado por Jonathas Salathiel , em outubro de 2011.


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